Os bispos da Venezuela denunciaram com vigor o sistema político-econômico "socialista, marxista ou comunista" que o governo de Hugo Chávez impôs ao país e que está sendo mantido pelo atual presidente, Nicolás Maduro.
No comunicado "Renovação ética e espiritual em face da crise", divulgado pela Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), os bispos que assinam o texto declaram que a principal causa da atual crise da Venezuela é "o sistema político-econômico de natureza socialista, marxista ou comunista".
"Este sistema, que é totalitário e centralista, estabelece o controle do Estado sobre todos os aspectos da vida dos cidadãos e das instituições públicas e privadas. Ele também ameaça a liberdade e os direitos das pessoas e das associações e provocou opressão e ruína em todos os países onde foi tentado", diz o comunicado.
De acordo com uma reportagem do jornal “El Universal”, um dos mais importantes do país, os bispos pediram que o governo liberte os presos políticos e pare de usar o sistema judicial para intimidar e desqualificar os seus opositores. A liberdade de expressão e a existência de meios de comunicação independentes devem ser respeitadas, afirmaram ainda os prelados venezuelanos.
Os bispos disseram também que as longas filas de pessoas que tentam comprar comida e outros itens de necessidade básica, assim como o aumento constante dos preços, são resultado da decisão do governo de "impor um sistema político-econômico socialista, marxista ou comunista", que é "totalitário e centralista" e que "mina a liberdade e os direitos dos indivíduos e das associações", repete o Investor’s Business Daily. "Os bispos venezuelanos declararam especificamente que o setor privado é fundamental para o bem-estar do país. O documento, lido por dom Diego Padrón, arcebispo de Cumaná, diz que o país precisa de ‘um novo espírito empreendedor, com audácia e criatividade’".
A exortação dos bispos começa com uma análise do ano de 2014, caracterizado pela instabilidade política e social que provocou 43 mortes e esmagou o diálogo ainda em seus estágios iniciais. Para sair desta situação, os bispos propõem "o diálogo mais uma vez, mas com respeito pelo pluralismo político que existe na Venezuela". Eles também disseram que a nação precisa apoiar enfaticamente a comunhão familiar.
O documento do episcopado católico da Venezuela ainda afirma que a situação do país "revela (...) uma crise moral de valores, atitudes, motivações e comportamentos que precisam ser corrigidos".
John Burger
Fonte: Aleteia